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Mostrando postagens de 2012

Embriaguez

É assim o toque das mãos no corpo... Uma breve tontura como num estado de embriaguez. Um fio de suor escorre entre os seios e se dispersa no contato com a pele quente. Um cheiro de mulher que se encontra entre o anjo e o demônio entre a castidade e a insensatez Dos lábios o hálito quente que transita do desejo para o delírio Um instante de olhos fechados, as mãos encontradas, o estremecer dos sentidos, o êxtase que se aproxima... Um som, uma nota musical, num ritmo único Silêncio... Instantes depois... o estalar das línguas desejos satisfeitos... o aconchego dos corpos, grudados, plenos, ambiciosos... porque aguardam por mais. Genilse Lucas Pimenta

Um beijo...

Genilse Lucas Pimenta Um olhar tímido, Uma aproximação hesitante... Os dedos deslizando pela face tão quentes, tão suaves... quase um murmúrio. Trazem o rosto para perto, muito perto... Os suspiros se misturam. Lábios mornos e tensos que a ponta da língua percorre mansamente prevendo os sabores. Numa fração de segundo O coração para, A respiração falha, Os olhos se fecham, A pele nua arrepia por onde as mãos passam. Um formigamento no pescoço que se estende à nuca. O corpo reage, precisando prolongar o momento... Um cheiro – o seu cheiro – invade e entorpece os sentidos, provocando sensações antecipando o prazer. Mas... nada explica quando, finalmente os lábios se encontram, as línguas se movem em busca do outro... ... um beijo... É um instante de delírio No qual o outro se perde em você... E você... simplesmente, se encontra no outro. 03/04/2012.

Um Outro

Há sonhos que não pedimos para sonhar. Eles vêm, acomodam-se, preenchem todos os espaços e nos fazem sonhodivagar. Um Outro que me assola é um encantamento que não pedi. Um Outro que me assusta é um sonho que não quero sonhar. Minha alma, flutua perde-se... No espaço de um apaixonésimo de segundo. E, com ela, se vão todas as minhas razões! 15/02/2012

NOBODY SAID IT WAS EASY...

Nobody said it was easy... Sinto a alma desprender vagarosamente Do meu corpo. Não dói, não surpreende... Apenas eleva-se... Nobody said it was easy... Um frio como nunca sentira antes Um calor como não sei se sentirei jamais Desafiando a leveza do meu ser Levanto os braços em direção ao nada Nobody said it was easy... Não é como morrer e acabar Parece mais como viver e não mais existir Olho por sobre... Olho por dentro... Nobody said it was easy... Não sinto as mãos que me tocam Mas o desejo desesperado de me possuir I had the desire to fly But nobody said it was easy... 26-02-2012
NATURALMENTE (14/02/2012) O vento morno toca  minha pele, beijando-me suavemente. Traz com ele um cheiro almiscarado, o cheiro do desejo, um cheiro másculo. Lágrimas forçam passagem nos meus olhos. R etenho-as. No alto do penhasco, o vento, agora, domina meu corpo. É forte, é intenso, abraça-me. Abro-lhe os braços, r ecebendo-o em mim. Os cabelos, a o seu sabor, não desdenha sua ordem: Move-se, remove-se, chicoteia meus lábios. Tremores, Espasmos, inclino a cabeça e inspiro para matar minha fome, minha sede. Retenho e vento, saboreio o vento. Ele está em mim, sobre mim, ao meu redor. Já não é mais entardecer, ainda não é anoitecer. Deixo-me, ali, à beira do penhasco, num hiato ele se foi. A pele marcada pelo arrepio, agora, esfriando... Suspirando, em transe para o momento da despedida. Após o momento do encontro deixando somente o não saber.

O BAILE

Por: Genilse Lucas Pimenta. 17/Jan./2012.             João Nogueira cantou há algum tempo que haveria um baile lá no Maracanã. Pois é. Hoje haverá um baile. Mas não é domingo e nem será o Flamengo.             O salão tem nome de nobre: Barão de Serra Negra.             O anfitrião é nobre também: o XV de Novembro de Piracicaba.             Os convidados, mais nobres ainda: uma cidade inteira!             É um baile daqueles muito esperados: o de casamento, o de formatura, o de debutante; é rave da garotada, o pagode da moçada, o bailão da peãozada, o aniversário do melhor amiguinho, a quermesse da paróquia...             Os convites devidamente distribu...