Postagens

Mostrando postagens de 2011

Encontros...

Genilse Lucas Pimenta No céu cheio de estrelas A lua clara a brilhar, A avenida toda cheia De rostos estranhos a caminhar. Nos bares o papo é descontraído Entre amigos e amores Dois pares de olhos que se cruzam Com o mesmo brilho nas diferentes cores. Um é claro; o outro é escuro. Um é ele; o outro é ela. Ele é forte, é seguro. Ela é frágil como uma flor bela. Não são necessárias as palavras, Apenas olhares e um simples toque Um forte calor vem à tona Fazendo com que todo desejo entorne. São homem e mulher se descobrindo, Duas pessoas se entendendo De dentro dele um garoto saindo De dentro dela uma mulher nascendo. A emoção tomando conta da cabeça, Pois o corpo já está tomado. Um se fundindo ao outro Necessitando que o prazer seja completado. É uma loucura o que acontece Entre duas pessoas diferentes Que pouco se conhecem Mas precisam um do outro, presentes. De repente o silêncio chega. Nele, um sorriso satisfeito. Nela, um sorriso sonhador. Para ambos, fo...

Respostas?

Genilse Lucas Pimenta Afinal, o que escorre entre os dedos? O tempo? A vida?   Os sonhos? As lembranças? O viço da pele? A cor dos cabelos? Talvez, os dentes que se amarelam, ou desgastam? Somos sempre levados a pensar em multiplicidades... a mulher, a mãe, a trabalhadora, a amante, a filha, a frágil, a forte, a apaziguadora, a insana, a tia, a namoradinha, a outra, a profissional, a   incansável...nunca temos sinônimos ou adjetivos que pareçam bastar. Por quê? Se usarmos uma metáfora esportiva, somos as atletas dos 400 metros com barreira, que no final das contas, tornam-se 80 ou 90 anos com barreiras. Temos que atravessá-las, todas. Por quê? Corremos sem parar nem ao menos para olhar nossos rastros. Somos incansáveis! Não! Definitivamente, não somos incansáveis! Não somos deusas da beleza, da fertilidade, da guerra, da paz, do amor, da luxúria, da colheita, dos destinos... Perdoem-me Afrodite, Ártemis, Deméter, Perséfone, Íris... Elas eram deusas, nós somos mulheres! Mulhe...

De Menino e de Dragão

Por Genilse Pimenta Rhanif trabalhava nas colheitas de trigo, no pastoreio de animais e ajudava alguns pescadores que lhe davam parte de seus pescados. Apesar da pouca idade, Rhanif cuidava da sua família, que contava com a mãe e quatro irmãs mais velhas. A pobreza era recorrente em todo vilarejo onde o menino vivia, entretanto não havia falta de alimento para as pessoas do lugar. Este, de caráter rural, tinha grandes fazendas que pertenciam aos senhores ricos, cujos hábitos não incluíam a generosidade ou a solidariedade. Mesmo com todas as dificuldades por qual passava, Rhanif sentia-se feliz quando, durante a colheita, o trigal parecia um mar dourado ao pôr-do-sol. Essa felicidade decorria do fato de que ele próprio tornava-se dourado, iluminado. Nesses momentos de devaneio, o menino sonhava e abria seus finos braços como que tentando abarcar toda a grandeza da natureza, todo o esplendor da fertilidade do cereal. Enfim, sonhava e acreditava com toda força de seu coração que era um se...